29 de jan. de 2011

Estaduais - disparidade, amadorismo e rivalidade

Contestados, os Campeonatos Estaduais - já em andamento - tem seus prós e seus contras, a meu ver. Infelizmente, os pontos negativos se sobressaem. Desorganização das federações nos regulamentos despadronizados, nas tabelas longas e exaustantes, nos campos impossibilitados de receber um jogo profissional e em outras tantas necessidades; disparidade entre os times, entre outros problemas, empobrece tais campeonatos, que um dia já foram mais importantes, nivelados e entusiasmantes.

Em contrapartida, os Estaduais, nos clássicos e nas fases finais, mexem com os "torcedores de arquibancada" como nenhum outro campeonato. Adeptos que vivem diariamente a rivalidade de grandes clubes em grandes centros, como é o caso de São Paulo e Rio de Janeiro, sabem disso como nenhum outro torcedor. Durante essas competições, o tradicional "sarro" de segunda-feira, em casa, na escola e/ou no trabalho, ganha um sentido especial, mais saboroso.

Para alguns, outro grande problema é a data. Esses se dividem em duas vertentes: uns gostariam de ver os Estaduais sendo disputados em paralelo com o Brasileirão; outros, que tais campeonatos fossem agendados para o fim da temporada. Sou contra ambas as correntes. A diminuição desses campeonatos, permanecendo no início do ano, agradaria "gregos e troianos", provavelmente.

Creio que o Cariocão tem tudo para ser o melhor do país. Joel Santana, Luxemburgo, Muricy Ramalho, Ronaldinho Gaúcho, Thiago Neves, Loco Abreu, Conca & Cia. - atuais campeões brasileiros -, são alguns dos muitos atrativos do Campeonato Carioca mais esperado do século. O mau momento do bagunçado Vasco contracena com o equilíbrio entre o atual campeão Botafogo, o vitaminado Flamengo e o consagrado Fluminense.

O Campeonato Paulista, o estadual mais nivelado do país tupiniquim, não fica muito atrás. O Trio de Ferro junta-se ao atual campeão da competição na briga pelo título de 2011. Neymar, Ganso, Ronaldo, Rivaldo e Felipão estrelam esta edição do Paulistão. Logo abaixo vêm os estaduais de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, onde os rivais Atlético Mineiro e Cruzeiro, e Grêmio e Inter sempre travam duelos espetaculares e equilibradíssimos - como também é o caso dos clássicos no Paraná, Santa Catarina, Bahia, Ceará, Pará, etc..

14 de jan. de 2011

À mineirinha, Flamengo vence concorrência e arremata Ronaldinho Gaúcho

A novela chegou ao fim, amigos. Não, não falo de Passione. Falo do imbróglio causado por Assis. Após ser "anunciado" por Palmeiras e Grêmio, que acreditaram na palavra do empresário/irmão do jogador, frustrando-se e iludindo os seus torcedores - principalmente o clube gaúcho -, Ronaldinho Gaúcho acertou com o Flamengo - como este que vos escreve havia palpitado -, já se apresentou em uma festa sensacional e já treina com o restante do grupo.

A seguir, darei o meu parecer sobre a história - juro que tentarei resumir mais de uma semana em um único parágrafo...

Desde o início, Ronaldinho Gaúcho deixou claro que a prioridade era o Grêmio, pela "dívida de gratidão" que tem - e aumentou - com o clube. Entretanto, a proposta não o convenceu. Ir para o Palmeiras nunca o persuadiu, pelo ambiente e perspectiva que o clube vive. O Flamengo, em meio ao impasse, contando com ótimos parceiros nessa empreitada, fez ótima proposta e o arrematou. Ao contrário do que especulam, não acredito que o Milan tenha influenciado na negociação. Assis e Ronaldinho novamente traíram o Imortal Tricolor e não merecem o perdão dos torcedores, que estavam de braços abertos para a sua volta, mesmo com a primeira sacanagem feita pela dupla. Entretanto, os dirigentes também têm grande parcela de culpa: iludidos por Assis, iludiram a torcida; o clube deve sempre poupar e cuidar daqueles que perdem horas e dias com o amor que tem pelo mesmo.

Negócio além das quatro linhas

À mineirinha, Patrícia Amorim e seus companheiros marcaram um golaço, o maior de sua gestão, ao contratar o craque dentuço. Além do dinheiro que o jogador trará para os cofres do clube, pode conduzi-lo a grandes conquistas. Entretanto, grande parte da renda do clube com a marca Ronaldinho irá para a Traffic, parceira importantíssima para a vinda de Gaúcho à Gávea, e para o próprio atleta. Centenas de camisas e milhares de máscaras já foram vendidas.

Apresentação de arrepiar

A apresentação de Ronaldinho, na Gávea, foi emocionante e decepcionante ao mesmo tempo. A torcida, como sempre, fez sua parte, de maneira espetacular: lotou o campo e cantou o hino do clube, com entusiasmo e esperança, o que arrepiou quem viu, até a muitos que não torcem pelo Mais Querido. A nota triste ficou pela organização do evento, para variar: um palco feito nas coxas não aguentaria tantos "papagaios de pirata" - havia muita gente que não devia estar ali, como cantores, amigos, torcedores, "popozudas", etc; uma grande bagunça que resume o que é o Flamengo.

O jogador Ronaldinho Gaúcho no Flamengo

Em campo, o que mais interessa, Ronaldinho deve atuar como ponta-da-esquerda, deslocando-se para o meio, como atuava no Barcelona e no Milan. Justamente pela sua presença, Luxemburgo deve escalar o time no 4-2-3-1. Como o craque da camisa 10 será a estrela da companhia, há desconfiança de alguns quanto ao seu comportamento, se as coisas não correrem bem para ele e para o clube. Gaúcho sabe da sua responsabilidade e não fraquejará, em minha opinião. Ao contrário do que dizem, o Flamengo não é só Ronaldinho; Léo Moura, Thiago Neves (recém contrado), Deivid, entre outros, são jogadores com potencial para resolver uma partida e auxiliar a principal estrela rubro-negra. O clube espera deixá-lo em condições de jogo em duas semanas. A torcida precisa apoiá-lo e o dar respaldo. Em marketing, já é um negócio e tanto; esperemos para ver se será também assim dentro de campo.

11 de jan. de 2011

Em mãos certas

Messi, Iniesta, Xavi, Sneijder, Cristiano Ronaldo, Forlán, Villa, Eto'o, Müller, Robben. Merecedores e pitacos não faltaram para o principal prêmio individual do futebol, que tem como objetivo premiar o melhor jogador do ano - e não quem ganhou mais títulos ou fez o gol mais importante da história do seu país e do ano.

Andrés Iniesta, Lionel Messi e Xavi Hernández, companheiros de clube, avançaram à final da premiação, o que justamente mais me indignou. É inadmissível que Sneijder, cérebro da Internazionale que venceu tudo em 2010, ficara de fora. Assim como é inadmissível ter Iniesta na frente de Xavi; ambos tiveram ótimo ano, coroado pelo título mundial, onde tanto um como o outro foram extremamente importantes; entretanto, a ausência de Xavi é muito mais sentida que a de Andrés, no Barça e na Seleção. Xavi é o tipo de jogador que poucos dão importância, não aparece muito no jogo, mas todas as boas jogadas passam pelos seus pés, além de ser um líder, quase um auxiliar técnico em campo, ajustando posições e erros de seus colegas de defesa e ataque; um excelente jogador, porém ofuscado pelo brilho do "extraterrestre" Lionel Messi.

Messi não é deste mundo. Enquanto Sneijder, Iniesta e Xavi são jogadores superiores aos demais, Messi está em outro patamar, quase inatingível. Incapaz de irregularidades e sumiços, vetado à grandes lesões - pelo menos por enquanto - e qualquer outra coisa que está sujeito um jogador comum, "La Pulga" é considerado, por esse que vos escreve, alguém capaz de superar Édson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé. Com apenas 23 anos, o argentino já marcou quase 200 gols, vale lembrar.

Lamento pelo Xavi, pelo Iniesta, pelo Sneijder e pelos outros que terão que conviver com mais alguns vices. Mereciam muito. Jogaram muito. Talvez sejam esquecidos daqui a 20 anos, como tantos outros que tiveram o "azar" de ser da mesma época que Pelé e Maradona.
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Messi venceu com merecimento, ao meu ver. Pelo visto, teremos que aturar o rosto do argentino nos tablóides segurando a Bola de Ouro em outras ocasiões.