10 de dez. de 2010

Futebol é isso. A bola pune

Se, na vida, a justiça falha, no futebol não é diferente, como estamos cansados de ouvir.

Quarta-feira, presenciamos uma das maiores injustiças do futebol em 2010. Após um belo campeonato, onde entrou como azarão, o Goiás foi duramente punido em dramáticas cobranças de pênaltis.

Após passar pelos tradicionalíssimos Peñarol e Palmeiras, veio enfim o maior desafio goiano: o Independiente. Não que o maior vencedor sul-americano tivesse um time extremamente forte. Longe disso, aliás. Mas um caldeirão chamado Avellaneda assustava.

A primeira partida, em Goiânia, mostrou a fragilidade do time argentino. Sem forçar muito, o Esmeraldino venceu confortavelmente pelo placar de 2 a 0. Entretanto, ao final do jogo, a torcida goiana mesclava os sentimentos de euforia, pela "boa" vantagem construída, e cautela, pela consciência do quanto seria difícil enfrentá-los num estádio lotado e empurrando-os o quanto fosse preciso.

Avellaneda. Cerca de 40 mil rojos compareceram ao estádio para empurrar o time à mais um título Sul-americano. Criaram um inferno desde muito antes do jogo. A pressão insuportável inicial transformou-se em gol, logo aos 19 minutos: Velazquez. O Goiás mostrou força, empatando quando a torcida mandante ainda comemorava: Rafael Moura - artilheiro da competição -, de cabeça. De formas mais toscas possível, o time argentino voltou à frente do placar e ampliou: 3 a 1. E só! O Independiente não jogou mais.

Com o término do primeiro tempo, o jogo mudou completamente. O Esmeraldino controlou a partida, calou a torcida adversária e por falta de qualidade e tranquilidade não marcou o gol que lhe daria o título.

Exaustos, os times se arrastaram durante a prorrogação, forma de desempate tão burra quanto par-ou-ímpar ou cara-ou-coroa. Contanto, novamente o Goiás esteve mais perto da vitória. Não teve competência o bastante para colocar a pelota nas redes.

Nos pênaltis, a bola puniu o time goiano. Puniu-o não só pela prorrogação nem pelo segundo tempo, onde cansou de perder gols. Puniu-o pelo jogo no Serra Dourada, onde o time poderia ter goleado, e pelo ano terrível da equipe, que culminou no seu rebaixamento à Série B. Puniu-o por não merecer ir à Libertadores como o Grêmio, quarto colocado no Brasileirão.

Mesmo com seus inúmeros problemas, o Goiás fez muito por merecer a conquista da Copa Sul-Americana, sem sombra de dúvida. Soube separar o rebaixamento no Brasileirão da competição continental. Durante sua campanha, foi, sobretudo, um time eficiente, capaz de se classificar na casa dos seus adversários, como foi o caso dos confrontos contra Avaí e Palmeiras. Não foi o que aconteceu em Avellaneda, infelizmente. Faltou justamente a eficiência que o acompanhou durante o torneio. A bola puniu. E puniu severo e injustamente.

O Grêmio agradece.

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