15 de dez. de 2010

Vexame histórico

O futebol nos aprontou mais uma de suas traquinagens. A palavra "zebra" é pouco para representar o que aconteceu na noite de ontem, em Abu Dhabi, pelo Mundial Interclubes. Um tal de Mazembe, comandado pelos estilosos e dançantes Kidiaba e Kabangu, não respeitou o Gigante Colorado, eliminando-o pelo pesado placar de 2 a 0. Pesado, sim, e longe de cogitação por qualquer brasileiro, inclusive gremistas, torcedores que mais tem a comemorar nesse mês de Dezembro.

Os erros da equipe brasileira começaram pela escalação. Roth preferiu mandar à campo Wilson Mathias, volante lento e pouco capaz de ajudar nas tarefas de criação e ataque. Giuliano, melhor jogador da Libertadores, ficou no banco. Superstição ou estratégia? Para o treinador gaúcho, Wilson Mathias em campo significa boa bola parada. Só tenho uma coisa a dizer: se futebol fosse altura, Crouch, Zigic e Booth estariam disputando a Bola de Ouro da FIFA.

Mas Celso Roth não se conteve com a má escalação. O técnico fez questão de deixar seu pupilo Wilson Mathias em campo durante os 90 minutos, preferindo sacar Tinga, Alecsandro e Sóbis, sendo, esse último, o único capaz de amedrontar Kidiaba. Paciência...

Mas, como todos sabemos, quem realmente decide são os jogadores. Pois pronto. Digam-me onde estava Alecsandro, Dalessandro, Kléber e Tinga. Ambos se esconderam quando o Inter mais precisou. Mathias, Guiñazu, Bolívar e Índio, indefesos, não foram capazes de parar os leopardos africanos. E como correm. Para não passar despercebido, Renan voltou a falhar, mas dessa vez vou isentá-lo de qualquer culpa.

A dor colorada não dá para se medir. Não é por menos. Derrotas como essa são de abalar qualquer torcedor apaixonado, principalmente os que lá estiveram, após 20 horas de vôo exaustante e viagem tão cara e bem-programada - terão que voltar mais cedo, ou assistir a melancólica disputa do 3º lugar. 

Entretanto, amigos, não podemos desmeritar a vitória africana. O Mazembe mostrou que não eram favas contadas como nós brasileiros tratávamos, jogando um bom futebol. Marcaram bem, souberam aproveitar as poucas chances que tiveram e apresentou ao mundo jogadores como Kidiaba e Kabangu - traduzindo: o goleiro sósia do Shazzan, que costuma comemorar com uma dança bastante curiosa, e o autor do primeiro gol do Mazembe -, destaques do Mundial até então.
 
Quando o futebol africano parecia entregue às moscas, dá sinal de vida e crescimento. Ótimo para a FIFA, que agora tem motivos de sobra para responder às críticas de quem preferia um Mundial de Clubes em jogo único, entre campeão sul-americano e campeão europeu.

2 comentários:

  1. Não sei como alguém consegue perder praquele time africano, só sendo muito grande mesmo! rs

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  2. Arthur não podia deixar de cutucar o Inter...

    Concordo que escalar Wilson Mathias foi demais.Já tinha O Guinazu de volante pra segurar o jogo.A entrada de Giuliano soltaria o time e o gol sairia com mais naturalidade.

    Abçs e parabéns pelo blog.

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